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sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Novos tópicos da historia da educação infantil no Brasil

Novos tópicos da historia da educação infantil no Brasil
Introdução
Em 1964 vários departamentos insistiam na idéia de que a creche e a pré-escola eram equipamentos sociais de assistência a criança carente, foram desenvolvidos programas emergenciais de baixo custo que atendiam a grande massa de crianças carentes, era desenvolvida por mães e voluntários.
Em meados de 1967 a UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância e a Adolescência), um organismo internacional de assistência a saúde a nutrição também passou a atuar na área de educação infantil.
O tecnicismo serviu de influencia para algumas entidades que trabalhava o serviço social, e essa influencia trouxe uma orientação mais técnica para o desenvolvimento do trabalho com as crianças, daí surge à preocupação com o trabalho educativo de cunho sistematizado (hoje conhecido como “escolar”).
No principio as instituições escolares tinham uma função de compensação onde as crianças que tinham uma carência “orgânica” receberiam uma compensação de ordem cultural.
“[...] em torno de uma série de fatores que afetam a aprendizagem da criança conduziram-nos a conclusão que a antecipação da escolaridade poderia, com vantagens, ser entendida, prioritariamente, - como educação compensatória...” (16, p. 104 – 5).
Assim são destacados programas prioritários: o atendimento a criança carente através de programas de educação compensatória, e a necessidade de assessoramento técnico de entidades internacionais experientes nessa área.
Em meados de 1967 devido novas mudanças nas Leis de Trabalho as empresas teriam que ter em seus interiores um tipo de creche ou berçário para acolher os filhos das funcionárias durante o período de trabalho, no entanto não havia uma fiscalização que funcionasse direito e as empresas acabaram não cumprindo essa Lei.
Ainda que as escolhas e instituições direcionadas a educação infantil tenha surgido devido ao fato da carência orgânica e assim haver a necessidade de compensação para as crianças, outro fator contribuiu para o surgimento das mesmas, a Revolução Industrial, levou as mães donas de casa a cada vez mais deixar os lares e essas foram se inserindo no mercado de trabalho. As mulheres de classe média também passaram a fazer parte desse grupo que saia de suas casas para trabalharem e assim foi surgindo o aumento no numero de creches e pré-escolas principalmente nas redes particulares.
Em consonância com Naspolini:
“a educação pré-escolar passa a ser aceita a menos a nível teórico, como um fator de libertação da dependência socio-cultural dos países subdesenvolvidos, e como estratégia para efetivação do principio da igualdade e oportunidades” (75, p.)
Com o termino do período militar de governo em 1985, novas políticas para as creches e pré-escolas foram incluídas no PND (Plano Nacional de Desenvolvimento) que admitiam o conceito de que a creche e a pré-escola  deixava de estarem ligadas somente as mulheres e famílias, para ganharem espaço também nas empresas.
 Fatos esses que foram discursos das campanhas eleitorais de 1985 e 1986. Também foram levantados muitos questionamentos por parte dos educadores, quanto à creche e a pré-escola serem levantadoras de movimentos sociais, como a desigualdade.
Assim essas instituições deixaram de terem um caráter social, de assistência, para abranger uma função pedagógica que desenvolvesse a capacidade lingüística e cognitiva das crianças.
A conquista dessas instituições deu-se através de pressões de movimentos sociais, assegurando – lhe essa conquista na Constituição de 1988, onde reconhece a educação em creches e pré – escolas, como um direito da criança e um dever do Estado.
O dever do Estado com a Educação será efetivado mediante garantia de: (...)
IV- atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade (...)” (Constituição brasileira,artigo 208,1988.)
Outra preocupação com a educação, foram elaborados projetos como Curumim, Rá-Tim-Bum, projetos esses, elaborados por Pedagogos, com o intuito de levar educação a crianças que não freqüentavam as creches e pré – escolas, assim a educação infantil era levada a uma maior massa de crianças.
Na década de 90, a educação infantil alcançou novos marcos, como a promulgação da ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), concretizando as conquistas dos direitos das crianças.
Foi discutida uma nova LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) que contou com o apoio de diferentes setores educacionais, em defesa de um novo modelo de educação infantil.
O Coedi (Coordenadoria de Educação Infantil) do MEC desenvolveu uma política nacional que garantisse os direitos das crianças de até seis anos a uma educação de qualidade em creches e pré-escolas.
Esses fatores foram essenciais para a aprovação da nova LDB, Lei 9394/96 que estabelece a educação infantil como uma etapa inicial da educação básica, conquista que tira o caráter assistencialista.

A CONTRUÇÃO SOCIAL DA CRIANÇA
A construção social da criança pode ser analisada sobre o prisma de varias culturas. Muitas atribuem que a criança pequena, deva ocupar-se somente de atividades infantis, outras culturas, defendem que a criança deva auxiliar no trabalho doméstico e em outras as crianças desempenham a tarefa de pedir esmola nas ruas.
Todas essas formas de construir na criança um ser social, basicamente advêm da família.
Diferentes orientações de construção social da criança, permeiam  em épocas históricas, a moralidade religiosa foi uma delas, onde se definia  que esta, era a melhor que a melhor educação que a criança devesse  receber.
Outra orientação concebida pelos médicos era de que a criança devesse passar por praticas sanitárias, principalmente as de baixa renda, mais tarde idéias da psicologia e da psicanálise ocuparam o foco central a fim de capacitar cada vez mais cedo às futuras gerações, desenvolvendo competências mais complexas.
No entanto há argumentos que indicam que apenas o uso dessas pratica não são suficientemente capaz de orientar os trabalhos pedagógicos nas creches e pré-escolas. Pois as crianças que ali são atendidas necessitam de exigências sociais mais completas como: Valores sociais, preocupações pragmáticas e atividades e estratégias de ensino adequado.
Portanto o educador deve conhecer todas as praticas que envolvem o aprendizado das crianças quer seja do ponto de vista social quanto do pedagógico. Partindo deste pressuposto o educador fará uma reflexão de todas as competências consideradas básicas para o sucesso da inserção da criança na sociedade. É importante ressaltar que essa concepção ignora as diferenças culturais e economias dos indivíduos em questão.
O desenvolvimento humano é um processo de construção
Estudos realizados através da psicologia destacam diferentes visões do desenvolvimento humano, procurando entender como cada individuo chegou a ser aquilo que é e qual a possibilidade de cada um para aprender.
São compreendidos aqui fatores hereditários de ordem orgânica, correntes do biologismo, destacam como ocorrem as transformações de um ser sob a influencia do fator externo. Ainda hoje essa corrente é forte na educação da infância.
Vale lembrar que também outros estudos acerca disto que apontam que o ambiente é um elemento determinante do desenvolvimento infantil. (buscar Citação de Piaget). Na educação infantil estes espaços são essenciais para a aprendizagem e o desenvolvimento de crianças em idades cada vez novas.
Há também a vertente interacionista que afirma que o desenvolvimento humano necessita de uma reciprocidade do individuo e meio, sendo assim a construção do homem é uma permanente adaptação ao meio ambiente. O meio constrói a maneira de a criança pensar e se expressar.
Dois pensadores fazem parte dessa corrente interacionista Vygotsky e Wallon que com suas pesquisas apontam as formas que as crianças são e como elas modificam se.
Vygotsky fala que o pensamento é algo subjetivo que se constrói ao longo do tempo pelo processo cultural, que se dá através de da história humana em um contexto social.
Uma vez que os animais agem pelo instinto o homem por sua vez vai além do que é esperado dele, agindo por meio de instrumentos construídos pelo coletivo na interação com outros homens.
Através da experiência que uma criança absorve de um adulto essa criança apropria-se das informações, e modificando-as e agindo de forma independente. É devido a isso que Vygotsky afirma que toda a função psicológica superior se dá através da relação interpessoal e posteriormente intrapessoal, ou seja, de fora para dentro.
Em consonância com Vygotsky, Wallon considera o desenvolvimento humano como algo que se dá através do relacionamento com o outro. Segundo ele a atividade da criança desenvolve-se tanto pelo instrumento material quanto pela linguagem que o circunda, vale lembrar que a construção de seu pensamento necessita de uma mediação que parte de outra pessoa, no caso um adulto.
Nesse processo a construção do pensamento pelo individuo produz uma ruptura na organização que ele havia até então construído passando assim a fazer uso do conhecimento que ele já possui e modificando-se para que possa melhor se expressar com os indivíduos com os quais ele se relaciona.





REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
BRASIL. Lei de Diretrizes e bases da Educação Nacional, nº 4.024, 20 dez. 1961. APUD 16 atendimento ao pré-escolar. Brasília, 1977, v. 1.
OLIVEIRA, Zilma de Moraes Ramos de. Educação infantil: fundamentos e métodos/Zilma de Morais Ramos de Oliveira. – 5. Ed. – São Paulo: Cortez, 2010. – (Coleção Docência em Formação)

Um comentário:

  1. Oi professora dyva,meu nome é Bruna Amando.
    estou fazendo um seminário com esse tema,muito interessante.
    Gostaria da sua opinião como expolo a na sala de aula e apresentalo de uma forma curta e que fique bem clara.
    Obrigada
    Bruna Amando

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