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quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Artigo:CONCEPÇÃO DE INFÂNCIA E SOCIEDADE


 RESUMO:
Este artigo cientifico, tem  por objetivo analisar as concepções sobre a infância, seu desenvolvimento na sociedade. Portanto pode se dizer que a criança e sua concepção passaram por diversas transformações de acordo com o desenvolvimento sofrido pela sociedade ao longo do tempo. Tais mudanças são derivadas das exigências sócio-econômicas atribuindo à criança o papel de investimento, por que até então a criança era considerada improdutiva, a partir do instante que se constatou que esta recebendo educação escolar teria mais chances de inclusão no mercado capitalista, contribuindo assim na renda familiar.
A idéia de pré-escola surge no período da revolução industrial quando a mãe necessita adentrar no mercado de trabalho contribuindo financeiramente no seio familiar. Pensadores da época desenvolveram a concepção que a instituição escolar era uma forma de compensar as deficiências como a miséria e a pobreza que as crianças sofriam.
A pré-escola teve sua valorização e expansão somente após a segunda guerra mundial, onde se atribuiu a esta sua valorização, deixando óbvio que este era um programa compensatório minimizando a miséria que era evidente.
O reconhecimento da pré-escola surge na depressão econômica em diversos países tendo como principal objetivo garantir emprego a professores, enfermeiros e demais profissionais a fim de garantir nutrição proteção para crianças carentes.
Sobre o prisma da pedagogia tanto a tradicional quanto a nova, a concepção de criança foi alterando- se cronologicamente, deixando de encarar a criança como ser abstrato e passando assim a vê-la como ser um ser único e com sua especificidade.
*Acadêmicas (o) do curso de Pedagogia da Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas do Vale do São Lourenço-Eduvale
Justifica-se assim o estudo do tema trabalhado neste artigo, propondo uma discussão sobre os fatores sociais e culturais ao longo da concepção de infância na pré-escola.
PALAVRAS-CHAVE: Infância. Desenvolvimento. Sociedade. Transformações.
ABSTRACT:
This scientific paper, aims to examine the concepts of childhood, its development in society. So one can say that the child and his design went through severaltransformations inaccordance with the development undergone by society over time.
Such changes are derived from socio-economic requirements by assigning the chil  therole of investment in which the child was previously considered unproductive, from themoment it was found that is receiving school education would have more chances ofinclusion in the capitalist market, thereby on family income.
The idea of pre-school appears during the industrial          revolution when the mother needs to enter the labor market by contributing financially to the family.
Thunkers of that timedeveloped the conception that the institution of school was a way to compensate fordefi ciencies such as misery and poverty that the children suffered.
The preschool had its recovery and expansion after the second world war, where heattributed his recovery to this, making clear that this was a compensatory programminimizing the misery that was evident.
The recognition of pre-school appears in the economic depression in many countrieswith the primary objective to ensure employment to teachers, nurses and otherprofessionals to ensure protection nutrition for poor children.
On the prism of pedagogy both the traditional and the new, changing conceptions of childhood are chronologically was leaving to face the child as well be passing theabstract see it as being a single, a single with is specificity.
It is justified study the subject so study the subject so working on this article, proposing a discussion on the social and cultural factors throughout the development of children in preschool.
INTRODUÇÃO:
A visão de infância na sociedade passou por alterações ao longo do tempo. O processo de conquista de transformações para as instituições que trabalham com crianças foi longo e difícil. Durante esse processo surge uma nova concepção de infância, totalmente diferente da visão tradicional. Se por séculos a criança era vista como um ser sem importância, que passava por despercebida, hoje ela é considerada em todas as suas especificidades, um ser com identidade pessoal, histórica e cultural.
Essas mudanças foram desenvolvendo-se à medida que a sociedade sofre o processo de transformação socioeconômica e cultural, sendo que a criança tem o papel de construir o futuro, foi atribuído que ela passasse a receber um maior cuidado, sendo preservada e atendida conforme sua necessidade. Assim a finalidade deste artigo, busca compreender a importância da infância, seu desenvolvimento e seu papel na sociedade.


CONCEPÇÃO DE INFANCIA E A SOCIEDADE
Na idade média a criança era vista como um adulto em miniatura, tanto no modo de agir, quanto no modo de vestir. Em meados do século XVI a criança deixou de ser vista como um adulto em potencial e passou a ter um mundo em particular.
Até o século XVII a sociedade não dava muita atenção às crianças. Devido às más condições sanitárias, a mortalidade infantil alcançava níveis alarmantes, por isso à criança era vista como um ser ao qual não se podia apegar, pois a qualquer momento ela poderia deixar de existir. Muitas não conseguiam ultrapassar a primeira infância. A perda era vista como algo natural e que não merecia ser lamentada por muito tempo, como pode ser constatado no comentário de Áries “... as pessoas não podiam se apegar muito a algo que era considerado uma perda eventual...” (Áries 1978 p. 22).
A criança é oposta ao adulto, tanto na idade quanto na maturidade. A definição desses limites está longe de ser simples, o fator idade está associada a determinados papeis.
Entende-se que a criança, não pode ser tratada como um adulto, pois essa necessita de meios especiais para seu desenvolvimento, pois esse ser ainda está em formação.
Toda criança tem sua particularidade, pois cada criança vem de uma cultura diferente, não podendo ser tratada de forma homogênea a partir da classe social em que a criança está inserida. O conceito de infância esta sendo modificado tanto na pedagogia tradicional, quanto na nova, há uma concepção de infância baseada na natureza infantil e não em sua condição.
Estudos realizados pelo historiador francês Phillippe Ariés, segundo ele houve uma evolução em relação à família ao longo dos séculos, tanto a família quanto a escola era considerada uma instituição com um só dever educar a criança.
Com a organização da sociedade obteve-se uma maior compreensão na questão da criança. O prolongamento da vida só se fez possível através de descobertas científicas.
Existe dois sentimentos que se contradizem em relação a criança: a paparicação e a moralização.Na paparicação a criança é considerada um ser inocente e ingênuo ,na moralização,isto é, moldada através dos dogmas religiosos,sendo considerada um ser incompleto,ou seja,ainda em construção.
O sentimento de infância surge no século XVI e XVII, onde as instituições tinham o papel de zelar pela educação das crianças, posteriormente o reduto particular torna-se mais privado , a partir daí a família fica responsável a assumir essa função .
O conceito que se tem de criança universal, é que cada criança é única, contudo mantendo sua especificidade, sendo preservada da corrupção, mantendo sua pureza. Desenvolvendo através da educação seu caráter e sua razão. Na medida em que surge a sociedade capitalista, muda-se a concepção de infância, essa nova concepção abrange três fases. Na sociedade Feudal a criança é considerada um ser improdutivo, devido o fato de as crianças não trabalharem, por não terem forças para o trabalho pesado, eram tidos como um fardo na família uma boca mais para alimentar, isso até o instante que já estavam grandes o suficiente para trabalhar posteriormente seriam inseridos no mercado produtivo. Na sociedade Capitalista houve a inserção da criança na sociedade
Segundo Kramer:                                                                    
[...] a idéia de infância (...) aparece com a sociedade capitalista, urbano-industrial, na medida em que mudam a sua inserção e o papel social da criança na comunidade. Se, na sociedade feudal, a criança exercia um papel produtivo direto (“de adulto”) assim que ultrapassava o período de alta mortalidade, na sociedade burguesa ela passa a ser alguém que precisa de ser cuidada, escolarizada e preparada para uma função futura. Este conceito de infância  é, pois, determinado historicamente pela modificação das formas de organização da sociedade. (Kramer, p.19, 2003).

Em consonância com Kramer, pode se constatar que a partir do momento em que há uma organização da sociedade a concepção de infância passa por alterações, se a priori na sociedade ela era vista como um adulto em miniatura, no prisma capitalista esta passa a exercer um papel produtivo. Na sociedade Burguesa, ela passa a ser alguém que precisa ser cuidada e preparada para o futuro.

A idéia de criança está coberta por ideologias que dão vazão a dois níveis de relação, criança com o adulo, criança com a sociedade. Descrevendo esses níveis pode-se dizer que o adulto toma a criança como um ser frágil e que ainda não está completo, sendo assim a criança é um ser inacabado, essas características são tiradas da natureza infantil, assim as crianças são tidas como dependentes dos adultos e o adulto torna-se uma autoridade diante deste tendo então a detenção da razão. Agora citando a relação da criança com a sociedade, neste aspecto a criança é tida como um ser não-social tipo um marginal nas relações sociais, pois ainda não pode se manter nem adquirir bens para si, e existe também o fato de haver uma certa descriminação de uma criança para outra dependendo de sua classe de sua origem.
O campo da pedagogia da educação infantil, que emergiu, de forma sistemática, nos séculos XVIII e XIV, iniciou sua trajetória vinculada à filosofia e Puerecultura e pela assistência social. As propostas pedagógicas para a educação infantil surgiram quando se tornou necessário refletir sobre um determinado recorte da pedagogia, abordando as peculiaridades que estão presentes no campo da intervenção educacional para a pequena infância, isto é educação institucionalizada de crianças de 0 a 6 anos de idade.
Para a pedagogia há duas concepções de infância: Para a pedagogia tradicionalista a natureza da criança é originalmente corrompida tendo a educação à tarefa de discipliná-la, encucar/colocar regras através da ação direta do adulto e transmissão de modelos.
Na pedagogia nova ou moderna a criança é considerada um ser inocente, original; a educação deve protegê-la, preservá-la da corrupção. Sua educação não baseia na autoridade do adulto, mas sim na liberdade, na expressão, e espontaneidade da criança.
É um fato social que toda criança independente de sua classe, é um ser que depende do adulto em qualquer sociedade.
Contudo o exercício financeiro por parte da criança não tem o mesmo significado em todas as classes. A partir do momento em que o adulto percebe que a criança pode se tornar um ser produtivo há uma inserção da criança no mercado de trabalho e simultaneamente a vida escolar, pois o adulto acredita que através da educação a criança contribuirá para aumentar a renda da família.
Privação cultural: Devido ao fato de a criança ser inserido na sociedade apenas a partir do momento que é produtor de renda essa criança começava a trabalhar muito cedo, deixando de lado a fase de brincadeiras e estudo não recebendo a cultura escolar tudo o que recebia era a cultura de trabalho.
Educação compensatória: sua origem tem uma abordagem com definições sociais e fatores que associam e assimilam a criança como um adulto em miniatura, ou seja, sua inserção perante os primeiros passos para a educação compensatória surgiram com a revolução industrial, quando a uma inserção da mulher no mercado de trabalho assim a educação compensatória surge como um antídoto para uma privatização cultural surgindo assim movimentos isolados de autores como Piaget que trabalha a questão biológica da criança, Vygotsky  que interage a criança ao meio no qual está inserido e Montessori que trabalha a questão dos móveis a altura da criança.
Assim a pré-escola era encarada por esses educadores como uma forma de superar a negligencia, a miséria e a pobreza das famílias.
Ampliando-se assim diversas pré-escolas para as crianças das famílias carentes promovendo uma mudança social. Mas foi somente após a segunda guerra mundial que esses programas compensatórios tiveram maior expansão. Na década de XXX a fim de garantir emprego a professores, enfermeiros e outros profissionais a educação escolar passou a ser reconhecida.
A educação compensatória surgiu no intuito de maquiar as diferenças existentes entre as classes sociais (baixa e alta), pois tem o conceito que as crianças das classes populares fracassam por apresentar desvantagens sócios culturais sendo necessário compensá-los através de métodos pedagógicos a fim de diminuir as diferenças existentes entre as crianças desfavorecidas das demais.





Considerações finais
Através deste estudo observou-se que a concepção de infância passou por transformações cronologicamente a principio a infância era tida como uma fase do crescimento humano onde todos tinham que passar sendo vistos como crianças, porém com responsabilidades de adultos.
Posteriormente constatou-se que a criança necessitava de uma atenção especial denominada hoje como paparicação vivenciando-se assim as etapas fundamentais da infância, há também a teoria que afirma que as crianças necessitavam apenas de serem disciplinadas.
A partir da revolução industrial houve a necessidade de uma instituição que contribuísse cuidando das crianças no período em que as mães trabalhavam surgindo assim às pré-escolas no intuito de cuidar e escolarizar essas crianças, educadores como Montessori e Mc Millan enfatizam a necessidade médica e dentária, bem como superar a miséria e a pobreza compensando assim através da pré-escola as deficiências sócio econômicas e culturais.
Sendo assim a educação infantil só se tornou notória com a organização da sociedade ganhando seu espaço como disciplina fundamental na formação social e cultural da criança.
Ainda que a educação infantil tenha sua origem como um caráter compensatório, houve uma grande evolução da pré-escola desde seu nascimento até os dias atuais, pode-se através desta evolução contribuir para a mudança de pensamento em relação à criança e sua concepção de infância.
Na visão pedagógica essa conscientização sobre a valorização da pré-escola bem como a qualificação dos professores, parte do pressuposto que a educação infantil faz parte do processo de crescimento intelectual e psicológico das crianças, para que essas venham a contribuir positivamente na sociedade em que atuam.



Referencias bibliográficas
ARIES, Philippe. História Social da Criança e da Família. Rio de Janeiro. LTC,1978
KRAMER, Sonia. A política do pré-escolar escolar no Brasil: a arte do disfarce.  6° Ed. – São Paulo Ed. Cortez. 2001 

                            Artigo produzido por:    
                      
                                         Crislaine Carvalho de Macedo *
                                         Dyva Geronimo *
                                         Lucineide da Silva *
                                         Marlene P. Gama *
                                         Regiane de Lima Amaro *
                                         Taynã Rocha *
                                         Thales Horst Drisner *
                                         Viviane Alves *            

                     * Acadêmicos do Curso de Pedagogia             

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